segunda-feira, 30 de maio de 2011

É tudo isso e um pouco mais!

por Triana Ballestá

É lantejoula, é purpurina, é estrelismo, é auto-estima, é ansiedade, é.
É cabelão, é maquiagem, é tatuagem, é salto alto, é barriguinha, é.
É foto, é youtube, é cartazinho, é convitinho, é divulgar, é.
É fim de aula, é teatro, é tapete, é restaurante, é bar, é quarto, é.
É mãe, é pai, é irmã, é amiga, é namorado, é maridão, é.
E um pouco mais.
E um pouco mais?
Ah! Isso tudo é um pouco mais...


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Capoeira - Série: Memória

Esse foi meu batismo aos onde recebi o cordão verde do mestre André.

Todo brasileiro deveria ao menos uma vez na vida entrar em uma roda de capoeira.

Samba de roda

por Triana Ballestá


Carybé



Seu sinhô me ensinou
Diz que esse samba é Yewá
Diz quem chega sambando
Pra roda de samba
Já pode chegar

Seu sinhô é chegado
Deixa eu me apresentar
Eu nasci lá nos pampas
De canto de olho
Só vim reparar

Seu sinhô me avisou
Diz pra eu não descuidar
Diz que a tal capoeira
É luta de Ogum
E é dança de Obá

Seu sinhô tá cansado
Já não quer ensinar
Diz que samba sambado
Já está tão mudado
Que nem ewó de Orixá

Seu sinhô bem falou
Que eu não fosse jogar
Que essa dança é rasteira
E é só macumbeira
Que sabe jogar

Seu sinhô tá lembrado
Sem dendê pra Ayrá
Que essa chuva tá mansa
Que o fogo tá brando
Pra apaziguar

E esse jogo sinhô?
Dá pra eu mais jogar?
É que eu sou polaquinho
Não sou escurinho
Mas quero gingar

E agora sinhô
Pode se descansar
Que a moça faceira
Que está me cuidando
É filha de Oyá

Seu sinhô Obatalá
Vi nas contas de Ifá
No dia de Oxalá
Vai dormir no colinho
Da mãe Yemanjá




segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Sentido da arte para o artista

Por Triana Ballestá

Não acredito em um “sentido para a vida”, como diria Gullar, “o sentido da vida é reinventado a todo instante”.
Sim, a arte faz parte desse jogo de inventar e reinventar nossas vidas, ou melhor, o sentido que nós damos a ela e para mim, é difícil separar o “consumir” arte do “fazer” arte. Nesse ponto, partilho da mesma necessidade de Oswaldo Montenegro, quando diz que se não for pra viver arte, tocar arte, respirar arte, de nada adianta. Adianta o que? Para mim, o tal “sentido”.
As artes contemporâneas muito contribuem para que a vivência artística esteja presente tanto ao produtor quanto ao consumidor dela, no entanto, deixarei as artes contemporâneas para outro momento.
Osho diz que antes de sermos altruístas, devemos ser egoístas, ou seja, devemos primeiro aprender a nadar, nos nutrir desse conhecimento e experiência para que possamos salvar alguém das correntezas. Raul seixas, também diz “Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar”.  Enfim, expressão muito clara de que todo altruísmo não passa de egoísmo, ouso dizer “duplicado”. Nesse sentido, gostaria muito que todo produtor de arte fosse duplamente egoísta, que a arte alimentasse muito além do que apenas ego dos artistas.
Ferreira Gullar

O “fazer artístico” que está presente em nosso dia-dia se confunde, ou se funde com a “arte terapia”. Dispomos de milhões e milhões de telas pintadas por senhoras que necessitam de se distrair, ou de milhões de jovens mulheres que se enfeitam com suas lantejoulas para uma apresentação de dança no teatro gerando outro tanto de espectadores que não estão preocupados em consumir arte, transcender, de suprir-se de conhecimento e cultura e sim em bater palmas para sua filha, prima, esposa ou irmã se sentir mais feliz, plena e realizada.
Nós não precisamos de muito para nos satisfazer quando nós mesmos somos os produtores de luzes, cores, sons e movimentos. Apenas a ilusão de que somos estrelas nos basta e nem nos ocorre perguntarmos se algo foi acrescentado ao público, além do orgulho ou vergonha que por ventura possa  sentir por nossa grande desenvoltura no palco, sendo nossos familiares, amigos ou conhecidos.
Não sei se é uma questão de amadurecimento, consciência ou mesmo certo cansaço, apenas sei que o papel de “Maria lantejoula” não me satisfaz mais.
Não acredito em um “caminho para a felicidade”. A felicidade acontece quando conseguimos depositar algum “sentido” em nossa vida, e como este é reinventado, a felicidade também é reinventada.
(Michelli Nahid)

Dançar, desenhar, criar, não é a fonte e nem o caminho para a felicidade, não busco algum tipo de realização pessoal em apenas praticar algo para alimentar meu próprio ego. Este só irá acontecer se for duplamente empregado, ou seja, a minha realização está diretamente ligada e dependente a realização do público. Já não me importa mais o meu rubor, as minhas palpitações ou anestesia dos pés, são necessárias, assim como o nado ao nadador, porém o sentido maior estará em livrar o outro das correntezas, no caso do artista, de fazer o publico transcender e sair de lá melhor do que entrou, e então, depois de todos a salvo, vem o sentimento pleno, feliz e verdadeiro de missão cumprida.
(Triana Ballestá)

domingo, 15 de maio de 2011

iniciei minhas aulas de flamenco, tão sonhadas, finalmente! Apresento minha professora La Morita, ainda estou tentando absorver toda a importância dessa mulher no universo das artes para esse país. Sinceramente, me sinto honrada em ser sua aluna.

 
MINHAS REVERÊNCIAS!!!


Flamenco Curitiba


Por Tâmara de La Macarena (filha de La Morita)


La Morita, bailarina argentina formada pelo Ballet dos Maestros Perices,juntamente com seu marido e guitarrista Santa Ana, fundou em Curitiba o "Ballet Espanhol Flamenco De La Morita y Santa Ana" em 1982. Trilharam um longo trabalho da arte flamenca no cenário paranaense, trazendo a cultura espanhola para um Brasil, que jamais havia experimentado esta arte tão excitante e enigmatica. Portanto são pioneiros da arte no Brasil.

Em 1993, La Morita perde seu parceiro Santa Ana em um ridículo e trágico acidente na capital, lembrando que na é poca o uso do cinto de segurança não era obrigatório. Aliás naquela época poucos carros possuiam essa segurança.

Criei o blog por que alem de filha do casal, sou fãn do trabalho maravilhoso e estonteante desta Maestra das Castanholas!

Para quem quer ter o prazer de conhece-la pessoalmente e tomar um cafezinho é so chegar la na "escuela".